A insularidade e os custos sociais e económicos que lhe estão associados assumem, em cada parcela do território açoriano, importância tão distinta como diferentes são as ilhas do arquipélago. Nesta viagem ao Ocidente açoriano alguém me dizia, numa das muitas conversas que fui mantendo com os cidadãos florentinos e corvinos, que a autonomia só fazia sentido para gerir as diferenças. Não sendo apenas esse o desígnio autonómico, não deixa, todavia, de ser uma aproximação aos fundamentos e ao conceito. Afinal foi com base nas especificidades regionais que o movimento autonomista ganhou forma e que, após a Revolução de Abril de 1974, foram criadas condições para a consagração constitucional desta forma especial de organização do Estado.
As diferenças justificaram a autonomia e a criação de um conjunto de instrumentos políticos nacionais e, posteriormente, comunitários com o objectivo de, no respeito pela diversidade, os Açores se guindassem para patamares de desenvolvimento idênticos à média nacional e europeia.
Se é certo que estamos ainda distantes de atingir esse propósito não é menos verdade que a autonomia política e administrativa possibilitou um ritmo de desenvolvimento assinalável que só foi possível pela descentralização de competências e pela existência de órgãos de governo próprio.
Nesta viagem a Ocidente constatei, uma vez mais, que nem sempre a gestão da diferença é atendida e que o sistema autonómico não tem realizado o seu principal desígnio. A coesão interna anda muito longe do desejável e, terá mesmo sofrido um retrocesso com a estratégia política e económica que tem vindo a ser adoptada nos últimos anos.
A Ocidente como na Graciosa, em S. Jorge, como no Pico ou Santa Maria continuam a subsistir, incompreensivelmente, necessidades não satisfeitas por falta de atendimento e entendimento, pelo poder executivo, das diferenças que marcam a realidade de cada uma das ilhas. E se algumas das necessidades estruturantes ainda não foram solucionadas, como seja um modelo de transportes de passageiros e mercadorias que potencie as economias locais e a economia regional, outras há que, tendo um carácter local, continuam por satisfazer e demonstram o carácter centralista do poder executivo regional que se mostra incapaz de reconhecer as especificidades locais e, por conseguinte fica inibido de adequar as políticas sociais e económicas às nove realidades sociais, culturais e económicas que coexistem na Região.
As diferenças justificaram a autonomia e a criação de um conjunto de instrumentos políticos nacionais e, posteriormente, comunitários com o objectivo de, no respeito pela diversidade, os Açores se guindassem para patamares de desenvolvimento idênticos à média nacional e europeia.
Se é certo que estamos ainda distantes de atingir esse propósito não é menos verdade que a autonomia política e administrativa possibilitou um ritmo de desenvolvimento assinalável que só foi possível pela descentralização de competências e pela existência de órgãos de governo próprio.
Nesta viagem a Ocidente constatei, uma vez mais, que nem sempre a gestão da diferença é atendida e que o sistema autonómico não tem realizado o seu principal desígnio. A coesão interna anda muito longe do desejável e, terá mesmo sofrido um retrocesso com a estratégia política e económica que tem vindo a ser adoptada nos últimos anos.
A Ocidente como na Graciosa, em S. Jorge, como no Pico ou Santa Maria continuam a subsistir, incompreensivelmente, necessidades não satisfeitas por falta de atendimento e entendimento, pelo poder executivo, das diferenças que marcam a realidade de cada uma das ilhas. E se algumas das necessidades estruturantes ainda não foram solucionadas, como seja um modelo de transportes de passageiros e mercadorias que potencie as economias locais e a economia regional, outras há que, tendo um carácter local, continuam por satisfazer e demonstram o carácter centralista do poder executivo regional que se mostra incapaz de reconhecer as especificidades locais e, por conseguinte fica inibido de adequar as políticas sociais e económicas às nove realidades sociais, culturais e económicas que coexistem na Região.
Aníbal C. Pires, In Expresso das Nove, 28 de Agosto de 2009, Ponta Delgada