quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Uma voz contra os golpistas

A Revolução na América Latina no voz de Oscar David Montesinos.
Mais do que palavras minhas oiçam este menino de 10 anos.


Marcas do Tempo

Marcas do tempo e dos homens.

Capadócia - Turquia


Capadócia - Turquia


Antalya (Museu) - Turquia



Antalya - Turquia

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Selo - Este Blogue Acerta em Cheio

O momentos foi agraciado com o Selo - Este Blogue Acerta em Cheio

A honraria foi-nos concedida pelo Navegador Solidário que recomendo vivamente.
O momentos atribui este Selo aos seguintes blogues:

E Pronto. (para levantar a auto-estima)
Vivências e Pensamentos (para afastar a indolência)
O que se conta por aqui (pela M. que no dia 1 de Outubro comemora o seu primeiro aniversário)

E por aqui me fico.
Muitos outros mereciam esta e mais distinções houvesse mas hoje deu-me para os afectos e as afinidades familiares.

Hasta Siempre Comandante

Seguiremos adelante!
Hasta la vitoria siempre.

A revolução é incontornável.
Assim os povos se decidam a ser livres.

Hoje deu-me pra isto

Agora os Deolinda com o "Fado Toninho"

Há dias (noites) assim!

Tasca Beat - O Sonho Português

Já têm alguns anos.
Só recentemente os descobri.
São da Margem Sul, a margem certa da vida.

Oquestrada - Oxalá te veja

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

O menino negro

Um poema do poeta angolano Gerardo Bessa Victor musicado em 1964 por Luís Cília.



Os meninos continuam a não entrar na roda.
São meninos negros, são meninos brancos...
Na roda não há lugar para os pobres e excluídos.
A pobreza não tem cor.

sábado, 26 de setembro de 2009

Contemplar

Ainda estamos em reflexão e daqui a algumas horas inicia-se a votação para a eleição da nova Assembleia da República.


Deixo aqui, não um apelo final ao voto mas, algumas das poucas fotos que fiz durante este Verão.
Para contemplar e… não deixem de ir votar.




sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Campanhas

A campanha eleitoral das Legislativas foi invadida por vários “produtos tóxicos”, escutas, sondagens, chantagem, mistificação e os habituais politólogos que pretensamente descodificam os acontecimentos que foram marcando as últimas semanas. Enfim face ao desemprego crescente é mais uma forma de alguns, supostamente mais capazes que outros, de ganharem a vida vendendo o acessório e privando os cidadãos do seu espaço crítico e das suas próprias leituras do real.
Quando era criança lembro-me de ver e ouvir, quando ia às feiras semanais com a minha mãe, os vendedores de “banha da cobra” e da forma ardilosa como conseguiam vender o “produto”. Hoje as diferenças são meramente do suporte tecnológico, as técnicas de venda continuam a assentar nos mesmos argumentos com que nas feiras se vendia o “xarope” ou o “elixir” que eram remédio para todos os males.
A campanha da CDU foi de envolvimento, de contacto directo com as pessoas e, sobretudo, de uma procura incessante de informação e de apresentação do projecto político alternativo.

Com a CDU estiveram pessoas, muitas pessoas.



A jovem,, na foto acima, não está só como poderá ver aqui. Ontem no Campo Pequeno, em Lisboa estiveram com ela muitos milhares de pessoas. Ao longo dos últimos dias estiveram, por todo o país, muitos. muitos milhares de pessoas. Pessoas que as sondagens não sondaram

Durante as últimas semanas estive envolvido directamente na campanha eleitoral e não sobrou tempo para vir ao “momentos” com a regularidade que gostaria e, embora a esta campanha outra se siga estarei por aqui com mais frequência.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Mais bipolaridades

O post anterior já estava longo e deixei de lado o PSD e Mota Amaral que, à semelhança de Ricardo Rodrigues, também anda por aí numa cruzada de mistificação eleitoral alimentando a bipolarização e com comportamentos bipolares pois, também o PSD diz uma coisa nos Açores e outra em Lisboa, aliás a posição do PSD sobre a agricultura e as pescas é em tudo coincidente com a posição do PS (de cócoras face à UE), ou seja, apoio cego e surdo ao Tratado de Lisboa mesmo que isso represente a liberalização do sector leiteiro e a depredação dos recursos marinhos dos mares açorianos.

Comportamentos bipolares

O PS tem da democracia uma visão bipolar.
Para Carlos César e Ricardo Rodrigues as eleições resumem-se a Manuela Ferreira Leite e José Sócrates e, de forma pouco ética, apontam baterias para os eventuais eleitores que podendo ter outras opções de voto, não porque são de esquerda, do centro ou da direita, mas porque estão fartos de promessas por cumprir e de opções políticas (essas sim de direita) que penalizaram os trabalhadores, os pensionistas, as famílias, os micro, pequenos e médios empresários e tornaram este país no campeão das desigualdades e da injustiça social.
Os votos na CDU não favorecem este ou aquele cenário eleitoral, os votos na CDU são votos num projecto político e em pessoas que cumprem compromissos, compromisso firmados com os trabalhadores e com o povo. Votos de ruptura e mudança!

Mas o PS não só tem uma visão bipolar da democracia portuguesa como assume um comportamento bipolar. Se a visão é redutora o comportamento é preocupante, diria mesmo patológico.

Como é que Ricardo Rodrigues pode andar por aí (nos Açores) a dizer que é contra o regime de quotas e em Lisboa junta-se à sua família política na destruição da agricultura nacional (nomeadamente a fileira do leite)??
Como é que Ricardo Rodrigues pode andar por aí a defender o retorno à co-gestão da nossa Zona Económica Exclusiva e na capital, junto dos seus pares, aprova o Tratado de Lisboa?

Isto é um comportamento bipolar ou então é mesmo falta de ética!

Ricardo Rodrigues e Carlos César deviam esclarecer os eleitores, dar-lhes a conhecer o projecto do PS, as medidas que propõe e não apelar à utilidade do voto.

O voto no PSD, no PS e no CDS/PP é um voto inútil. A inutilidade está relacionada com mais de 3 décadas de exercício alternante do poder, poder e políticas que conduziram o país à situação de ruína em que nos encontramos, a crise apenas pôs a nu as fragilidades de um modelo económico e social não justifica a situação que o país vive.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Ruptura e mudança

Os Açores dispõem hoje de diversos meios e instrumentos financeiros, nomeadamente os provenientes de financiamentos comunitários, que se têm mostrado necessários ao seu desenvolvimento, todavia, aos grandes fluxos financeiros não têm correspondido as opções políticas que derrubem os crónicos problemas que caracterizam a economia regional, periférica e dependente, nem resolvido por inteiro as questões da mobilidade e do direito ao não isolamento dos cidadãos.
A prossecução do desígnio autonómico, entendido enquanto aprofundamento da democracia participativa e representativa, tem permitido encontrar soluções positivas para as questões que se colocam à nossa Região, porém, tal não pode ocultar muitas das deficiências, atrasos e problemas sentidos pelos açorianos. Problemas e dificuldades resultantes de políticas, regionais e nacionais, com a mesma matriz neoliberal e que confundem crescimento económico com desenvolvimento.
O país encontra-se em fase de avaliação das políticas e das práticas de exercício do poder que ao longo de quatro anos e meio o governo do PS de José Sócrates protagonizou. A apreciação é negativa.
Os portugueses foram fortemente penalizados, diria mesmo fustigados pela obsessão do défice que tudo justificava e para que nada serviu. Os efeitos da crise financeira que há muito se desenhava esboroaram todos os argumentos que sustentavam o pedido de sacrifícios aos mesmos de sempre.
Os salários não cresceram, a idade da reforma aumentou, a precariedade instalou-se, o desemprego cresceu, o endividamento das famílias subiu, como subiram os lucros da banca, as pensões de reforma nem para sobreviver quanto mais para viver com dignidade e, tudo isto, antes da crise porque depois só os argumentos se alteraram pois… em nome da crise continuaram a pedir aos mesmos que se sacrificassem e as desigualdades, a pobreza e a exclusão aumentaram, enquanto as grandes empresas do sector energético e financeiro continuaram a acumular lucros fabulosos que deveriam envergonhar um país onde o salário mínimo pouco vai além dos 400 euros mensais.
Neste contexto a economia regional fragilizou-se ainda mais sem que se tenham vencido os obstáculos que se colocam com o seu isolamento e ultraperiferia. As dificuldades de colocação dos nossos produtos nos mercados nacionais e internacionais em condições vantajosas causam a sua desvalorização e arruínam os produtores. Ao mesmo tempo, a atitude subserviente do Governo do PS permitiu que fosse aprovado pela União Europeia o fim das quotas leiteiras, que ameaça destruir a nossa principal produção.
A pesca continua a sofrer com uma gestão dos mares que entrega às grandes frotas industriais o melhor dos nossos recursos pesqueiros, à medida que vai reduzindo o rendimento dos pescadores açorianos e a dimensão da nossa frota. A redução da nossa Zona Económica Exclusiva das 200 para as 100 milhas poderá ainda ser mais agravada com a eventual entrada em vigor do Tratado de Lisboa, tratado tão aplaudido por PS, PSD e CDS-PP.
Os sectores emergentes continuam a ter um peso reduzido na economia dos Açores fruto dos elevados custos com o transporte aéreo e das dificuldades com que as pequenas e médias empresas do sector se debatem.
Estas são algumas das razões que, por si só, exigem a ruptura e a mudança.
Mudança de políticas mais do que alternância de protagonistas.
PS=> Em virtude do meu envolvimento directo nas eleições de 27 de Setembro suspendo, voluntariamente, a minha colaboração durante o período de campanha eleitoral correspondente.
Aníbal C. Pires, In Expresso das Nove, 11 de Setembro de 2009, Ponta Delgada

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Um comentário da senhora Cascais1

Acabei de publicar um comentário de alguém que se identifica como Cascais1 sobre uma intervenção que fiz no Plenário da Assembleia da Legislativa da Região Autónoma dos Açores.
Ao publicar o comentário abri duas excepções.
- publicar comentários que autores que não estão devidamente identificados;
- publicar comentários que nada têm a ver com o “post” comentado, nem sequer com o conteúdo e a finalidade do “momentos”.

O comentário da senhora Cascais1 pode ler-se nos comentários do “post” anterior.
A intervenção a que a senhora Cascais1 se refere encontra-se aqui.

Aos interessados fica aberto o debate sobre a opinião da senhora Cascais1.

domingo, 6 de setembro de 2009

É de democracia e de liberdade que se trata

“Eu tenho um contrato de trabalho, não posso fazer comentários”. Esta foi a resposta de Manuela Moura Guedes às insistentes perguntas dos jornalistas que cobriram uma vigília de apoio, na sequência da sua suspensão do “Jornal Nacional”, à jornalista da TVI e pivot do popular noticiário das sextas-feiras.
A polémica à volta da suspensão da jornalista tem contornos políticos e económicos obscuros sobre os quais se tem especulado que baste e, seguramente, muito mais se irá explorar política e mediaticamente. Há, todavia, um facto que já é incontornável: quer ou não se goste da jornalista e da forma como aborda os conteúdos a liberdade de informação foi cerceada com esta medida de afastamento tomada pela administração do grupo económico que detém o controlo da TVI.
Este é apenas um exemplo de um(a) trabalhador(a) que por estar sujeito(a) a um contrato individual de trabalho se vê objectivamente impedido(a) de tomar posição e emitir opinião e, por conseguinte, transporta a questão para o plano dos direitos e da precariedade laborais. A defesa dos direitos cívicos não pode ser dissociada da defesa dos direitos laborais como este caso, nitidamente, demonstra.
A precariedade laboral que afecta os trabalhadores portugueses, sejam qualificados ou indiferenciados, limita o exercício dos seus direitos e cerceia a liberdade individual.
A defesa dos direitos laborais e sociais confunde-se com a luta em defesa da democracia e da liberdade.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Promover a criação e a fruição cultural

Falar da riqueza e da diversidade cultural açoriana pode ser um lugar comum quando temos como referência o passado mais ou menos distante. As gentes que povoaram as diferentes ilhas, o ambiente, os fenómenos tectónicos e vulcanológicos, mas também a propriedade da terra e o uso que dela se fez, bem assim como o mar que nos envolve, o mar que nos isola e que, paradoxalmente, nos conferiu dimensão universal, são alguns dos factores que podem justificar a riqueza e diversidade da cultura açoriana que importa preservar, pois a sua singularidade é um importante activo num mundo que se uniformiza culturalmente.
Importa, antes de mais, fazer um pequeno parêntese não vá o leitor parar por aqui com a ideia de que sou um adepto da cristalização cultural e opositor da fruição dos bens culturais que nos chegam do exterior. Pode o leitor tranquilizar-se pois a salvaguarda da nossa cultura não é, não deve, nem poderá, ser inconciliável com outras formas de cultura, aliás julgo que a interacção cultural deve ser cultivada e fomentada, direi mesmo que essa será uma das melhores respostas à globalização uniformizadora do pensamento e do comportamento.
A cultura tradicional açoriana com todos os seus matizes é um património a preservar, a divulgar e a promover, sendo que algumas dessas manifestações da cultura popular pela sua peculiaridade, como sejam, a título de exemplo, os Bailinhos de Carnaval da Terceira, deveriam ser objecto de candidatura a Património Cultural Imaterial da UNESCO.
Falar de cultura nos Açores é falar do passado e do presente. A cultura tradicional de cariz popular coexiste pacificamente com outras culturas que se afirmam na nossa contemporaneidade e, em bom rigor, poderá mesmo afirmar-se que nunca, como hoje, a produção cultural açoriana foi tão diversa e profícua e, apesar da forte “concorrência” externa, tem vindo gradualmente a consolidar, pela sua qualidade, uma posição digna de registo.
Os produtores culturais açorianos confrontam-se, como outros sectores de actividade, com constrangimentos que advêm da nossa condição insular e arquipelágica. São limitações reais que as virtualidades das novas tecnologias não ultrapassam mas que podem ser superadas desde que haja vontade para tal.
Recentemente numa conversa informal com um dos muitos produtores e actores das artes de palco constatávamos essas mesmas dificuldades, todavia, não nos ficámos pelo reconhecimento dos crónicos embaraços causados pela condição insular e arquipelágica e concluímos pela necessidade objectiva dos agentes culturais da Região criarem, em estreita colaboração com o poder local e regional, instrumentos que favoreçam e potenciem a mobilidade interna e externa dos produtos culturais que se criam nos Açores. Afinal os custos de um evento de palco (musical, teatro, ou outro) têm um investimento fixo, promover a sua fruição dentro ou fora da fronteira da ilha acresce-lhe o valor da deslocação mas dilui-se o custo da produção, para tal é necessário uma alteração do paradigma organizacional dos agentes e produtores culturais e conquistar os poderes públicos para as vantagens que daí poderão advir, quiçá, até com a eventual diminuição do investimento público afecto ao apoio e à promoção da cultura e com claros proveitos para o público e para os agentes culturais, sejam eles ligados à cultura tradicional, à cultura contemporânea ou aos vanguardistas. Porventura será um dos caminhos, outros haverá! O que não me parece boa ideia é a inércia eternamente justificada pelos constrangimentos que a geografia nos impõe.
Aníbal C. Pires, In Expresso das Nove, 04 de Setembro de 2009, Ponta Delgada