sábado, 31 de julho de 2010

Os Artistas da FESTA - Brigada Vitor Jara

Em antecipação dos dias e noites de 3, 4 e 5 de Setembro no "momentos" continuam a desfilar os artistas da Festa.
Brigada Vítor Jara para o fim de tarde.



O sítio da Festa dispõe de todas as informações sobre os espectáculos, as exposições, o teatro, o desporto, a ciência, os debates, a feira do livro e do disco, etc. etc

"revista de imprensa"

Eis-nos em Portugal no limiar de Agosto do ano da graça de 2010.
Os incêndios florestais dominam os noticiários nacionais, o primeiro-ministro continua estranhamente a ser o engenheiro Pinto de Sousa, também conhecido por José Sócrates, a leitura do acórdão do processo “Casa Pia” foi adiado e o caso Freeport teve o desfecho esperado, a banca apresentou os resultados do primeiro semestre e, digamos que não há “stress, a Telefónica adquiriu a VIVO à PT e a PT ficou com uma pequena fatia da OI, o sucateiro de Carqueja, segundo o Público do dia 22 de Julho, não é um “serial killer”, segundo a mesma fonte o único “serial killer” português terá sido “José Borrego” que na década de 60 assassinou 5 homossexuais em Lisboa, Carlos Queiroz ameaça recorrer à FIFA, Montepio compra o Finibanco ou pelo menos anunciou a intenção de o fazer, a ERC diz que a PRISA influenciou a suspensão do Jornal Nacional da TVI, o Secretário de Estado da Saúde garante operacionalidade do INEM, no caso Freeport os procuradores afirmam que quiseram ouvir José Sócrates mas não tiveram tempo, confiança dos consumidores cai pelo quinto mês consecutivo, braço direito do “rei Ghob” interrogado pela Polícia Judiciária, adjuntos de Sócrates denunciam cabala, corrupção: Portugal é dos países que menos cumpre recomendações, Carlos Queiroz diz que não é demente nem alcoólico, lucro semestral da EDP sobe 18% e bate previsões, Passos Coelho diz que proposta de revisão constitucional é só um teste, falta de energia eléctrica atrasa voos na Portela, lucro da Sonaecom aumenta de 1,4 para 19,6 M€ no 1º semestre, novo horário dos hipers não assusta Jerónimo Martins, Bolsa fecha em queda com o BCP a tombar 5%, Zon diz que o negócio da PT é bom para o país, reguladores europeus alertam para riscos nas bolsas, trabalhadores da PT: empresa foi amputada com a venda da VIVO, radares assustam mas não funcionam, Wiki Leaks divulga relatórios da GNR sobre a actuação no Iraque, asteróide pode colidir com a Terra em 2182, comunistas em jornada de luta…,
Pode finalmente respirar o leitor que conseguiu chegar até ao fim deste pequeno exercício. Uma espécie de revista pela imprensa de referência sem ter estabelecido um critério prévio e, sem pretender tirar qualquer conclusão mas não deixou de ser interessante (para mim) olhar de forma desprendida os principais títulos que fazem notícia em Portugal à entrada do mês de Agosto do ano da graça de 2010.
Aníbal C. Pires, In A União, 31 de Julho de 2010, 31 de Julho, Angra do Heroísmo

Os Artistas da FESTA - Bernardo Sassetti Trio

Os artistas da Festa em desfile no "momentos". Ao princípio da tarde Bernardo Sassetti Trio.



O sítio da Festa dispõe de todas as informações sobre os espectáculos, as exposições, o teatro, o desporto, a ciência, os debates, a feira do livro e do disco, etc. etc

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Os Artistas da FESTA - Baile Popular

Nada como um Baile Popular para as noites quentes do Verão.
Fiquem-se com mais estes artistas da Festa.



O sítio da Festa dispõe de todas as informações sobre os espectáculos, as exposições, o teatro, o desporto, a ciência, os debates, a feira do livro e do disco, etc. etc

Os Artistas da FESTA - António Chaínho e Amigos

.

O sítio da Festa dispõe de todas as informações sobre os espectáculos, as exposições, o teatro, o desporto, a ciência, os debates, a feira do livro e do disco, etc. etc

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Os Artistas da FESTA - Ana Laíns

Para esta noite uma voz do fado no desfile de artistas da FESTA.
Ana Laíns, o fado a música tradicional portuguesa e os seus afluentes.



O sítio da Festa dispõe de todas as informações sobre os espectáculos, as exposições, o teatro, o desporto, a ciência, os debates, a feira do livro e do disco, etc. etc

Os Artistas da FESTA - Adriana

Ainda vamos no princípio da lista dos artistas da Festa do Avante mas já vai dando para perceber que nos dias 3,  4 e 5 de Setembro vai haver muita animação e uma mostra do que em Portugal se faz de melhor no domínio da música portuguesa.
Esta tarde fiquem com a Adriana e logo mais passem de novo que haverá um outro nome e um outro som.



O sítio da Festa dispõe de todas as informações sobre os espectáculos, as exposições, o teatro, o desporto, a ciência, os debates, a feira do livro e do disco, etc. etc

Os artistas da FESTA - Abrunhosa & Comité Caviar

O "momentos" vai dando a conhecer os artistas da Festa do Avante - 3, 4 e 5 de Setembro.

Video Clip - Fazer o Que Ainda Não Foi Feito from Manuel Reis on Vimeo.


O sítio da Festa dispõe de todas as informações sobre os espectáculos, as exposições, o teatro, o desporto, a ciência, os debates, a feira do livro e do disco, etc. etc

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Os artistas da FESTA - "A Naifa"

A Festa do Avante 2010 já tem artistas.
O "momentos" vai durante os próximos dias antecipar alguns dos sons que irão encher a Quinta da Atalaia nos dias (e noites) 3, 4 e 5 de Setembro.
Por agora fica "A Naifa" logo mais segue a festa.



O sítio da Festa do Avante dispõe de todas as informações sobre os espectáculos, as exposições, o teatro, o desporto, a ciência, os debates, a feira do livro e do disco, etc. etc.

A língua, os hidrocarbonetos e as economias emergentes

A Indonésia, a Austrália, o Luxemburgo, a Suazilândia e a Ucrânia manifestaram o seu interesse em aderir à Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), o Senegal, as Ilhas Maurícias e a Guiné Equatorial são membros observadores, tendo este último país formalizado o pedido de adesão como membro de pleno direito. O pedido de adesão da Guiné Equatorial dominou a agenda política e mediática durante o período que antecedeu a realização da cimeira da CPLP que se efectuou recentemente em Luanda e conta com o apoio declarado de alguns dos países desta organização que tem a língua portuguesa como traço comum.
Sendo este um tema pelo qual mantenho, por razões diversas, algum interesse não pude deixar de acompanhar as diferentes opiniões à volta do súbito interesse que a CPLP causou na comunidade internacional, designadamente, com as manifestações de vontade de alguns países em aderir a esta organização.
Sabia do interesse de Casamansa em integrar a CPLP. Casamansa foi a primeira colónia portuguesa em África e ainda ali subsiste um crioulo de base lexical portuguesa, cedido aos franceses em 1886, actualmente faz parte integrante do território do Senegal. Conhecia o interesse de alguns movimentos de cidadãos galegos que pretendem ver a Galiza, por razões óbvias, integrar a CPLP mas, como óbvias são as razões que estão na base do interesse de Casamansa e da Galiza, óbvios são os motivos porque dificilmente a pretensão destas duas regiões se poderá concretizar.
A proximidade linguística justifica a pretensão, de alguns cidadãos e organizações de Casamansa e da Galiza, de adesão destas duas regiões à CPLP e até compreendo o estatuto de observador do Senegal – em virtude de Casamansa -, com algum esforço poderei até compreender o estatuto de observador das Ilhas Maurícias e da Guiné Equatorial mas qual o súbito interesse de países como a Indonésia, a Austrália, o Luxemburgo e a Ucrânia, uma vez que a proximidade da Suazilândia com Moçambique até poderá justificar a sua aspiração!?
Considerando que este súbito interesse que a CPLP suscitou não está, claramente, relacionado com as afinidades linguísticas ou com a história dos descobrimentos e da colonização só me é possível especular que a vantagem se situa, na sua essência, nas economias emergentes do Brasil e de Angola e dos interesses inconfessáveis que giram à volta do controle da extracção de hidrocarbonetos, designadamente os que são produzidos na Guiné Equatorial.
Bem sei que é especulação mas não consigo descortinar outros motivos que não estes e fiz um esforço para os encontrar, como se percebe ao longo do texto. Por muito que considere a história, a importância e a eventual expansão da língua portuguesa, a CPLP não pode, a meu ver, transformar-se num conglomerado de interesses económicos e perder a sua matriz genética.
Aníbal C. Pires, In Diário Insular, 28 de Julho de 2010, Angra do Heroísmo

terça-feira, 27 de julho de 2010

Geocaching

O Geocaching é uma forma diferente de passear com um objectivo determinado e partir à descoberta de um "tesouro escondido".
Faço parte de uma equipa de geocaching que está em actividade à 2 anos e já fiz mais de 140 "caches".
É um actividade interessante e atrai um importante segmento de turistas.
As "caches" nos Açores são na sua maior parte feitas por estrangeiros que nos visitam e contam-se já por mais de uma centena. 

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Opiniões à direita

James K. Galbraith em entrevista a uma revista nacional dita de referência e um artigo de opinião de Freitas do Amaral, uma semana depois no mesmo título, falam do capitalismo e de soberania nacional. A matriz ideológica quer de um quer de outro estão, não direi, a anos-luz de distância da minha mas estamos bem separados no espectro ideológico, todavia, não pude deixar de ler com interesse o que pensam sobre as questões que têm estado no cerne das preocupações e da discussão em Portugal, na União Europeia e no Mundo.
Galbraith já em Março de 2008 defendia, seguindo a pensamento “keinesiano”, a necessidade do Estados intervirem nas políticas monetárias e orçamental e assumia uma posição antagónica aos teólogos neoliberais do “mercado livre”, como Galbraith muitas outras centenas de economistas estado-unidenses o vinham a fazer sem que fossem ouvidos.
Com a entrada de Portugal na zona euro lá se foi parte da soberania nacional e, com ela, a impossibilidade dos países que a integram poderem intervir nas suas políticas monetárias, esse papel ficou a cargo das instâncias da União Europeia, tendo como instrumento o Banco Central Europeu (BCE), sabendo-se que a posição dominante é da Alemanha tudo o resto é de fácil compreensão. Mas Galbraith, na sua entrevista, vai mais longe ao afirmar que as políticas internas de austeridade (impostas pelo PEC) não são solução, dando como exemplo para sustentar esta sua afirmação: “(…) o BCE deveria encarar o problema com frontalidade e começar a comprar dívida de alguns países – e já está a fazê-lo e vai continuar a fazê-lo. E esta é a razão pela qual os juros já estão mais aliviados. Repare, que uma vez mais, nada disto teve a ver com as reformas internas mas, antes, com a mudança de política do BCE. (…)”. Quanto às políticas de austeridade impostas à generalidade dos países da zona euro, em particular aos países do Sul, diz Galbraith: “(…) Adoptada por todos os países torna-se num ciclo vicioso depressivo, que vai resultar em declínio económico. Estamos a falar de países onde o sector público é responsável por metade do PIB. Cortar no sector público é cortar no próprio PIB.(…)”.
Não eram necessárias estas palavras de Galbraith para justificar a luta dos gregos, dos espanhóis e dos portugueses contra as políticas de austeridade que lhes foram impostas, nem para a demonstração do quanto é errada a política interna de submissão às imposições de Bruxelas que, em Portugal, como sabemos resultam de um acordo entre o PSD e o PS, como dizia, não eram necessárias as palavras deste conceituado economista mas sendo proferidas por ele sempre ajudam a desmistificar os argumentos de Passos Coelho e José Sócrates quando se aliaram para impor aos portugueses o reforço do “pacote” de medidas de austeridade.
O artigo de opinião de Freitas do Amaral a que me referi no início versa, igualmente, sobre a ofensiva do capital e questões de soberania nacional, tendo como pano de fundo o caso PT/Telefónica e a utilização, pelo Estado português, das “golden shares”.
Freitas do Amaral é peremptório quanto ao que deve ser a posição do Estado português no que concerne à utilização das “golden shares” e à defesa do interesse nacional e afirma ao terminar o seu artigo: “(…) O Estado português não pode ceder. Tem de traçar um risco no chão (to draw the line), dizendo em voz alta e sem complexos: daí para cá não passam.”
Não digo que tenha ficado, de todo, surpreendido pela opinião de Freitas do Amaral mas não pude de deixar de esboçar um sorriso ao verificar que o Professor defende com “unhas e dentes” que em empresas como a PT, a EDP, a Galp e a TAP o Estado deve ter uma posição dominante nem que para isso, nalguns casos, tenham de ser, de novo, nacionalizadas. Interessante… muito interessante mas sem que isso, como já afirmei, me tenha surpreendido, todavia talvez ajude a explicar a sua saída do primeiro Governo de José Sócrates e, claramente põe Passos Coelho e o “novel” PSD fora dos carris do nosso tempo mesmo na opinião da direita.
Aníbal C. Pires, In A União, 25 de Julho de 2010, Angra do Heroísmo

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Até sempre Jorge


Tive o privilégio de conhecer Jorge Nascimento Cabral e de privar com ele na Assembleia Municipal de Ponta Delgada, durante o meu único mandato no período 2001-2005.
O Jorge mereceu sempre o meu respeito enquanto adversário político e a minha admiração pessoal.
A sua frontalidade e capacidade oratória são apenas duas das muitas qualidades que lhe são reconhecidas.
Soube há poucos minutos de que o Jorge Nascimento Cabral faleceu hoje.
Um amigo que se ausenta mas fica a memória de uma figura incontornável da vida pública açoriana e um exemplo de cidadania.
Até sempre Jorge!

A base da discórdia

Raramente por bons motivos a Base das Lajes não abandona as páginas dos jornais e, de forma crescente o interesse dos cidadãos que opinam e se mobilizam sobre a sua utilização, para fins bélicos e afins, pelos Estados Unidos da América (EUA), dando corpo ao exercício da iniciativa popular e cívica e, por conseguinte, à democracia participativa.
Desde há alguns meses que têm vindo a surgir notícias na comunicação social quanto à possível utilização da Base Aérea das Lajes e do espaço aéreo adjacente, por parte da Força Aérea dos EUA, para treino de caças de última geração.
Foi inclusivamente confirmado, a esse respeito, a existência de contactos entre responsáveis militares de ambos os países prevendo a hipótese dessa utilização, sem que tenha havido, no entanto, qualquer proposta concreta nesse sentido. Foi também noticiado que a criação de um campo de treinos aéreos militares sobre o Atlântico tendo a Base das Lajes como ponto de apoio, terá sido objecto de discussão na Comissão Bilateral que acompanha a aplicação do Acordo de Cooperação e Defesa entre Portugal e os EUA.
São bem conhecidas as objecções que têm sido levantadas quanto ao impacto ambiental negativo que resultaria da utilização do espaço aéreo da Região Autónoma dos Açores para este fim, isto para além de outras reservas que podem ser colocadas caso se venha a concretizar a instalação do campo de treino de caças de última geração.
A este propósito o Deputado do PCP à Assembleia República, António Filipe, questionou o Governo, através de um requerimento, para que esclareça aquilo que supostamente não passam de rumores entre a opinião pública e publicada mas que, por medida de precaução, um grupo de cidadãos há muito tem à subscrição pública uma petição dirigida ao Ministério da Defesa, à Assembleia da República, ao Governo Regional e à Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores em que se manifesta contra a utilização da Base das Lajes para o treino de caças de última geração das Forças Armadas dos EUA.
Por outro lado as questões laborais vieram, de novo, para a agenda política regional com o Sindicato mais representativo dos trabalhadores portugueses das FEUSAÇORES a denunciar renovadas intenções de despedimentos.
Nunca é demais lembrar que a única contrapartida mensurável dos Açores pela utilização do seu território é o emprego gerado pela Base das Lajes e que, mais pela inépcia das autoridades portuguesas do que pelos avanços tecnológicos ou outros motivos, ao longo do tempo tem vindo a diminuir drasticamente.
As autoridades portuguesas têm vindo a ser alertadas para esta e outras questões mas face ao “nosso aliado” colocam-se de cócoras e aos alertas que lhes são feitos pelos cidadãos e organizações fazem “orelhas moucas”, como o fizeram recentemente aquando da Revisão do Acordo Laboral que não garantiram o mínimo que seria exigido na defesa dos trabalhadores portugueses como, por exemplo, garantir um contingente mínimo, fixar prazos para a resposta a situações de conflito e aplicar o princípio da subsidiariedade da Legislação Laboral Portuguesa, em caso de diferendo de interpretação ou omissão nos actuais Acordos e Regulamentos.
Será que, nem isto se teria conseguido a “troco” do fim do inquérito salarial que como se sabe apenas veio legitimar um dos muitos incumprimentos, por parte dos EUA, do Acordo Bilateral de Defesa e Cooperação entre os dois Estados!?
Aníbal C. Pires, In Diário Insular, 21 de Julho de 2010, Angra do Heroísmo

quarta-feira, 21 de julho de 2010

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Os fariseus tomaram de novo o templo

Não é a primeira e, certamente, não será a última que trago aos leitores o retrato da injustiça, da impunidade, da desigualdade e de diferentes e ”modernas” formas de exploração de quem trabalha por conta de outrem.
Mas desta vez será talvez o exemplo mais claro de até onde vai o elevado grau de displicência do Governo e regional face ao absoluto desrespeito pelas mais básicas normas do direito português. É um caso, poderão dizer. Mas é com certeza um caso paradigmático da forma como os trabalhadores são tratados nesta Região e da tranquila impunidade dos que, sob o disfarce da linguagem moderna da “flexibilidade”, procuram fazer recuar as relações laborais para os tempos da escravatura e da servidão.
Refiro-me ao caso da empresa multinacional de prestação de serviços de apoio domiciliário a idosos “Home Instead – Senior Care”. É que esta empresa, cavalgando a crista da onda da modernidade na gestão dos recursos humanos, já não tem quaisquer trabalhadores. Tem antes colaboradores. E em vez de com eles estabelecer contratos de trabalho, estabelece com eles “acordos de prestação de serviços não laborais”.
Passando ao lado criatividade jurídica do termo, é interessante tentar perceber o alcance do conceito e esclarecer, afinal, em que é consistem estes “serviços não laborais”.
A empresa exige ao prestador de serviços a recibo verde que execute as tarefas relacionadas com o apoio domiciliário dos idosos mas, uma vez que não tem horário de trabalho, se mantenha disponível a qualquer hora. Para além disso, e apesar de ser do ponto de vista formal, um trabalhador independente, o “colaborador” está impedido de prestar os seus serviços a qualquer outra entidade. A remuneração é apenas calculada na base horária ou à tarefa, sem quaisquer garantias sobre o salário a auferir mensalmente. Para finalizar, a amarga ironia, da empresa considera “uma benesse dada aos colaboradores” o pagamento do seguro de acidentes de trabalho, a que está legalmente obrigada. Resta dizer que este regime de moderna escravaturao, não é aplicado a um ou dois dos trabalhadores da empresa, mas sim a todos os auxiliares de apoio domiciliário que, supostamente, nem trabalham para a empresa, porque não existe contrato de trabalho. Estamos, de facto, perante uma nova fronteira em termos de exploração e precariedade.
Mas a questão é muito mais grave e assume uma maior dimensão política quando se sabe que esta empresa é apoiada pelo próprio Governo Regional, que lhe financia a 100% os utentes indicados pelo Instituto de Acção Social e a 75% os clientes privados que a própria entidade conseguir captar. A verdade os apoios e incentivos dados às empresas privadas, em vez de servirem para construir uma Região mais desenvolvida e justa, servem apenas para financiar a exploração. A verdade é que somos nós todos, contribuintes, que custeamos esta ilegalidade!
A este facto poderia juntar outros mas fico-me pelo caso da Asta Atlântida que tem vindo a ser beneficiada por avultados apoios públicos mas de forma continuada tem vindo a violar as suas obrigações para com os trabalhadores que, até há bem pouco tempo, ainda não receberam o vencimento relativo ao mês de Junho e recentemente decidiu agora suspender-lhes os contratos de trabalho.
Perante isto a pergunta que se impõe é: Onde foram parar os 20 séculos de evolução social depois que um homem de seu nome Jesus Cristo expulsou os fariseus do templo.
Aníbal C. Pires, In A União,16 de Julho de 2010, Angra do Heroísmo

domingo, 18 de julho de 2010

Voltar - Rodrigo Leão

Este fim de semana, de que tanto estava a necessitar, o prazer da leitura, da música e da companheira de uma vida*.



* A minha neta lá dispensou a avó por algum tempo e a casa voltou a iluminar-se.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Não podemos ignorar



Vemos, ouvimos e lemos...
Ignorar é ser cúmplice.
A resignação é a derrota.
A luta é o caminho mesmo no Verão que deveria ser para um merecido descanso.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

O texto do Voto de Pesar

Ontem, 13 de Julho de 2010, foi aprovado por unanimidade, na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA), um voto de pesar pela morte de José Saramago.
Em post anterior justifiquei os motivos da recusa à divulgação do texto que insistentemente me foi solicitado após o lamentável episódio verificado no passado dia 18 de Junho pp.
Fica aqui a transcrição do texto aprovado ontem e que não tinha merecido a subscrição do PPM, do CDS/PP e do PSD, não tendo sido apresentado e aprovado no dia em que se verificou o falecimento de José Saramago porque o PSD vetou o seu agendamento.

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA

REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES

VOTO DE PESAR

Os portugueses e o mundo foram surpreendidos com o falecimento, na sua residência, na ilha de Lanzarote, do escritor José Saramago, aos oitenta e sete anos de idade.

José Saramago constitui-se como um dos grandes vultos das letras nacionais, vendo a sua obra reconhecida com o Prémio Nobel da Literatura no ano de 1998, uma consagração que premeia não só o mérito dos seus livros, bem como é um reconhecimento da importância e valor da língua portuguesa, entre as grandes línguas literárias mundiais.

A sua obra abordou as diversas facetas e vivências da história do povo português, mas também os paradoxos e exaltações intrínsecos à condição humana, universalmente compreendida. Também neste sentido, José Saramago encarnou os mais elevados valores do humanismo e da incansável defesa da dignidade humana.

No seu percurso, que passou também pelo jornalismo, José Saramago foi sempre um lutador empenhado pela liberdade e pelos valores da democracia, da justiça e da igualdade. Foi militante do PCP desde longa data. Exerceu diversos cargos políticos, mantendo uma intensa e rica participação cidadã.

José Saramago nunca deixou de problematizar a realidade à sua volta, criou polémicas, enfrentou críticas, confrontou poderes e concepções instituídas, ancorado na solidez dos valores humanos que defendia, nunca lhe faltou a coragem para denunciar a injustiça, para combater a opressão, para defender a liberdade. Pagou o preço das suas convicções, mas nunca virou costas ao país que era o seu, mantendo-se, até aos seus últimos instantes, um atento observador e participante da realidade nacional e internacional. Sobretudo, a sua obra lega-nos um manifesto intemporal de paixão pela vida, pela justiça e pela dignidade humanas, que devemos saber honrar e que tão bem expresso está nas suas próprias palavras:


Não me Peçam Razões...

Não me peçam razões, que não as tenho,
Ou darei quantas queiram: bem sabemos
Que razões são palavras, todas nascem
Da mansa hipocrisia que aprendemos.

Não me peçam razões por que se entenda
A força de maré que me enche o peito,
Este estar mal no mundo e nesta lei:
Não fiz a lei e o mundo não aceito.

Não me peçam razões, ou que as desculpe,
Deste modo de amar e destruir:
Quando a noite é de mais é que amanhece
A cor de primavera que há-de vir.

José Saramago In Poemas Possíveis

Assim, ao abrigo das disposições regimentais aplicáveis, os Deputados abaixo assinados apresentam o seguinte voto de pesar:

A Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores manifesta o seu profundo pesar pelo falecimento do escritor José Saramago, vulto maior da cultura portuguesa, que muito fez para difundir a língua e a vivência de Portugal e do seu povo, em cuja obra transparecem os elevados valores humanistas que sempre defendeu e pelos quais sempre pautou a sua conduta artística e cívica. A Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores expressa ainda as suas sentidas condolências à família do grande Escritor.

13 de Julho de 2010

Os Deputados

Aníbal Pires (PCP)

Helder Silva (PS)

Zuraida Soares (BE)

Como puderam verificar o texto está construído de forma a que pudesse reunir o apoio e subscrição de todos os partidos com assento parlamentar, aliás se o texto fosse para ser apenas subscrito e proposto pelo PCP Açores, como é fácil de perceber teria uma outra abordagem mais assertiva e enfática a alguns aspectos que caracterizaram esta figura ímpar do nosso tempo.

Digam-me, por favor, o que contém o texto que justifique a não subscrição pelo PPM, pelo CDS/PP e pelo PSD uma vez que ontem o voto foi aprovado por unanimidade e sem reservas.

Digam-me, por favor, o que pode justificar o veto do PSD ao seu agendamento no passado dia 18 de Junho privando, assim a ALRAA de aprovar o voto de pesar pelo falecimento do Nobel da Literatura passadas que eram cerca de 2 horas da sua morte.

Ainda a ver navios

Em Junho de 2009, no âmbito das minhas funções parlamentares e no cumprimento do compromisso assumido com o Povo Açoriano, alertei em sede do Parlamento Regional para a previsível ruptura do serviço público de transportes marítimos de passageiros, nas ilhas do grupo central, a cargo da Transmaçor. Como é do domínio público, esta empresa é para isso generosamente compensada, através indemnizações pelo serviço público que garante.
A resposta do Governo Regional, pela voz do Secretário Regional da Economia, veio pronta e acintosa, diminuindo e menosprezando o alerta que se fundava na desclassificação dos navios que decorre da sua vida útil e na necessidade absoluta de encontrar soluções para a sua substituição. Aliás, é bom lembrar que para além do “pacote” dos navios Atlântida e Anticiclone, cujo desfecho é conhecido, o Governo de Carlos César também anunciou a aquisição/construção de mais duas embarcações para garantir o transporte marítimo de passageiros com qualidade, segurança e eficácia no Grupo Central.
Recordo a este propósito um comunicado do Governo, publicado no GACS a 11 de Novembro de 2005, na sequência de uma visita estatutária do Governo à ilha das Flores:
“As ligações marítimas entre as ilhas dos Açores vão ser asseguradas, a partir de 2008, por quatro novos navios de transporte de passageiros e viaturas, a construir por concurso público internacional.
A decisão foi tomada ontem, pelo Conselho de Governo, reunido nas Flores, que aprovou, desse modo, a proposta apresentada pela Atlânticoline, S.A., para a organização do serviço público de transporte marítimo de passageiros e viaturas entre as ilhas da Região.
Dois desses navios, de cerca de 50 metros, vão substituir o Cruzeiro das Ilhas e o Cruzeiro do Canal, da Transmaçor, embarcações de menor porte e já com cerca de 20 anos de actividade, operando diariamente sobretudo no triângulo São Jorge-Pico-Faial.
Um outro navio, de 60 metros e capacidade para 300 passageiros e viaturas, que vai estar baseado no Porto das Pipas, em Angra do Heroísmo, assegurará as ligações com as ilhas do Grupo Central e com as do Grupo Oriental.
Um quarto navio, de 97 metros, com capacidade para 700 passageiros e 150 viaturas, fará uma ligação semanal entre todas as nove ilhas, no período compreendido entre 15 de Junho e 15 de Setembro.(…)
Estamos em Julho de 2010 e… nada do que foi anunciado em Santa Cruz das Flores, há cerca de 5 anos, se concretizou nem tem data anunciada.
A inércia e a incúria do Governo regional privam a Região que é insular e arquipelágica de uma política integrada de transportes de passageiros marcada pela complementaridade entre o transporte marítimo e o transporte aéreo. Se grande parte das responsabilidades desta saga, que já tenho denominado por “história trágico-marítima” deve ser imputada a Duarte Ponte, não é menos verdade que é ao Governo, aos Governos, do PS de Carlos César que deve ser imputada a responsabilidade política pelos incumprimentos dos compromissos assumidos com os açorianos. Independentemente dos resultados do inquérito aos problemas na construção dos navios “Atlântida” e “Anticiclone”, desse ónus não pode o PS fugir.
Anibal C. Pires, In Diário Insular, 14 de Julho de 2010, Angra do Heroísmo

terça-feira, 13 de julho de 2010

Mar Azul - das ilhas atlânticas

Uma voz, um tema, um mar azul atlântico, uma boa tarde para todos com Cesária Évora.



A discografia de Cesária Évora é um manancial de música cujas raízes profundas se encontram na alma do povo cabo-verdiano.
Sobre Cabo Verde os técnicos do Banco Mundial, por altura da independência, disseram: "Como país é um projecto inviável."
Sobre Cabo Verde José Saramago disse: "Cabo Verde fabrica o seu próprio chão, inventa a sua própria água, repete dia a dia a criação do mundo".

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Jimi Hendrix nesta tarde

Do baú da memória mais um virtuoso que marcou uma geração e inaugurou uma nova abordagem ao blues e ao rock and roll.



Jimi Hendrix aqui

Uma questão patriótica

Depois de um longo e agreste Inverno – ele foi o Orçamento Geral do Estado, ele foi o Plano de Estabilidade e Crescimento, ele foi o Plano de Austeridade e, se nos resignar-mos, tudo o mais que o Outono nos possa trazer -; o Verão perspectiva-se quente na resposta que os trabalhadores e as populações se preparam para fazer recuar esta brutal ofensiva contra os direitos e os rendimentos dos trabalhadores que visa a revalorização e a reconfiguração do capital e a continuada desvalorização do trabalho.
A contestação social e política dos portugueses assume-se como uma causa patriótica pois a imposição destas medidas ultrapassa as fronteiras do nosso país. Não é, nem foi em nome do interesse nacional que as opções por políticas de austeridade foram adoptadas pelo PS e pelo PSD num “incestuoso casamento” – os cônjuges têm afinidades políticas indisfarçáveis; as opções por medidas de austeridade, que só terão como efeito a retracção da economia nacional, o aumento das insolvências, o aumento do desemprego e das desigualdades sociais. Estas medidas foram e são impostas do exterior e, esta coacção a que me refiro não é, sequer uma obrigação política é, assim como… mais uma taxa que os povos têm de pagar ao capital financeiro que, como todos temos consciência, é em primeira e última instância o principal responsável pela crise. Sendo assim a luta e a contestação social e política assume, como já expus, um carácter patriótico. Se alguém tem dúvidas analise, à luz do interesse nacional, a decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia que considera ilegal o veto do Estado Português sobre o negócio da Telefónica com a PT usando, para isso, os poderes especiais concedidos pela “golden share” que o Estado detém na PT. O fundamento do acórdão do Tribunal de Justiça da União Europeia fundamenta-se que o veto Português compromete a eficácia da proibição de restrição da livre circulação de capitais. Pois claro! E os povos que se …, como direi, que se… que se lixem.
Que outros exemplos serão necessários para perceber que a soberania e a independência de Portugal estão, de há muito em causa e que as opções políticas são determinadas e impostas por entidades externas ao país e, direi mesmo, aos órgãos políticos eleitos pelos povos. É este poder “oculto” mas com rostos nos parlamentos europeu, nacional e regional, que corrói e corrompe a democracia e o poder político que lhes é subserviente. É este poder “oculto” que nos priva da capacidade de decidir sobre o nosso próprio futuro. É este poder “oculto” que não quer a participação dos povos nos processos decisórios.
As lutas sindicais, lideradas pela CGTP-IN, assumem assim um papel patriótico e para as quais nos devemos mobilizar contrariando uma ofensiva cujos contornos ainda não são de todo visíveis.
Para que o Outono não nos traga mais tempestades o Verão não pode ser de tréguas mas de luta e mobilização continuada ou, como ouvi da boca de um dirigente sindical durante a jornada de luta do dia 8 de Julho: “mesmo em tempo de férias o estado é de mobilização e de alerta geral”.
Aníbal C. Pires, In A União, 9 de Julho de 2010, Angra do Heroísmo

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Pelas ilhas com Travadinha

No fim de uma visita oficial à ilha do Faial e de regresso à Ilha de S. Miguel fica este tema de um mestre do violino das ilhas de Cabo Verde.



Para saber mais sobre Travadinha e a sua obra aceda aqui.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

35 anos a repetir dia-a-dia a criação do mundo

Foto by Aníbal C. Pires (Santa Maria, Sal, Cabo Verde)
Comemoram-se hoje, 5 de Julho, os 35 anos da independência de Cabo Verde. O registo da efeméride é, em si mesmo, um facto que como outros acontecimentos pode, ou não merecer algumas palavras de circunstância dependendo da importância que cada um de nós dá à sucessão de datas que assinalam nascimentos, mortes, vitórias, derrotas, avanços, retrocessos, solstícios, equinócios, inaugurações, lançamentos da 1.ª pedra, enfim qualquer data que mereça, por razões diversas, a atenção individual e coletiva. 
Hoje comemora-se, também, o 2.º aniversário das “Portas do Mar”, que como se sabe foi construída com o objectivo de se assumir como uma inesgotável fonte de oportunidades de negócio que emergem das profundezas marinhas ali para as bandas da zona nascente de Ponta Delgada. Sobre esta efeméride nem sequer com palavras de circunstância perderei o meu tempo para não maçar os leitores.
Os 35 anos da independência de Cabo Verde merecem-me um pouco mais do que palavras de conjuntura, desde logo porque nutro por aquele país e povo insular uma profunda admiração, embora, talvez por isso, também já tenha tecido, lá de quando em vez, algumas críticas às opções políticas que o Governo cabo-verdiano tem tomado quer ao nível da política interna, quer ao nível do seu posicionamento na cena internacional.
Sobre aquele pequeno país insular e arquipelágico onde a natureza não foi muito pródiga disse José Saramago: “Cabo Verde fabrica o seu próprio chão, inventa a sua própria água, repete dia a dia a criação do mundo”. Lindo não é!? E quem conhece Cabo Verde e os cabo-verdianos não pode deixar de subscrever estas palavras de Saramago.

Foto by Aníbal C. Pires (pintura de Kiki Lima, Aeroporto Amílcar Cabral)
O Presidente da República de Cabo Verde, Pedro Pires, pronunciou-as hoje, durante as cerimónias oficiais do dia da independência, perante o Presidente da República de Portugal, Cavaco Silva. As cerimónias do 35.º aniversário de Cabo Verde foram marcadas por uma homenagem a José Saramago e à língua portuguesa, não faço ideia do que sentiu aquele ser “pequenino” que está em Cabo Verde a representar Portugal nesta efeméride, não sei sequer se, Cavaco Silva, terá compreendido o profundo significado da frase com que Saramago caracterizou Cabo Verde e os cabo-verdianos pois são, sobejamente, conhecidas as suas limitações na leitura dos textos do Nobel da Literatura que faleceu recentemente e a cujas exéquias fúnebres o Presidente, de alguns portugueses, achou por bem não comparecer uma vez que não conhecia o falecido, de entre outros motivos analogamente prosaicos.
Mas voltemos a Cabo Verde e à sua diáspora para referir que no âmbito das comemorações do 35.º aniversário da independência o Governo cabo-verdiano vai abrir, no âmbito do projecto a Casa do Cidadão, balcões de atendimento no Porto, Coimbra, Setúbal e Açores, sendo que na Região este balcão da Casa do Cidadão vai funcionar nas instalações da Associação de Imigrantes nos Açores (AIPA), em Angra do Heroísmo.
O projecto Casa do Cidadão funciona desde 2008 em Odivelas e tem por objectivo aproximar os cidadãos da diáspora da governação com recurso às novas tecnologias de informação e comunicação.
Para terminar não resisto a citar António Monteiro, líder parlamentar do partido da oposição cabo-verdiana, que não deixou de homenagear e citar Saramago durante as cerimónias evocativas da independência de Cabo Verde utilizando a seguinte frase do Nobel da Literatura: "os fortes deviam ser mais justos e os justos deviam ser mais fortes".
A ida de Cavaco Silva terá valido pela lição que os dirigentes cabo-verdianos lhe proporcionaram sobre a universalidade da lusofonia. Assim o espero, embora tenha muitas dúvidas e me engane bastas vezes!
Aníbal C. Pires, In Diário Insular, 07 de Julho de 2010, Angra do Heroísmo

terça-feira, 6 de julho de 2010

Mariza - Gente da minha terra

Hoje tive a opotunidade de assistir ao fabuloso concerto de Mariza em Ponta Delgada e deixo aqui um dos temas mais emblemáticos que também foi interpretado de uma forma muito especial numa simbiose perfeita entre a excepcional Mariza e o público que a ovacionou de pé,



É pela gente da minha terra que emociona Mariza e nos emociona a todos quanto a ouvem que vale a pena lutar e ter orgulho em ser português do Mundo.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

A Bagagem do Viajante

Esta é uma pequena e despretensiosa homenagem mas que o “momentos “ não poderia deixar de fazer.

É um tributo ao Homem, ao militante, ao português que soube dar dimensão Universal à língua portuguesa, ainda que segundo alguns entendidos, para isso a tivesse subvertido mas, pergunto eu, De que outra forma, senão pela subversão, poderia este rebelde fazê-lo sem ser subvertendo a forma e os cânones?
Sobre José Saramago não preciso acrescentar nada.
Siga-se o seu exemplo de integridade e de rebeldia sempre com “(…)uma confiança danada no futuro e é para ele que as minhas mãos se estendem. (…)



A origem deste slideshow foi uma pequena experiência em “power point” feita em 2000 à qual, com a preciosa colaboração do João Moreira, o pai da M., lhe sobrepus posteriormente o tema musical “Noturno 2”, de Pedro Estevan, em “El aroma del tiempo”.

domingo, 4 de julho de 2010

Charlie Haden & Pat Metheny

Uma delícia para os ouvidos e um conforto para o espírito nesta noite de sábado,



Beyond the Missouri Sky numa magistral interpretação de Charlie Haden e Pat Metheny

sábado, 3 de julho de 2010

Angela Davis - pequeno tributo


Angela Davis mais uma rebelde no momentos.
Aos 66 anos, Angela Davis continua a mostrar por que se tornou um ícone nos anos 70. Bastam minutos de conversa com a actual investigadora e professora da Universidade da Califórnia, em Santa Cruz (EUA), para perceber a facilidade em expor, numa linguagem clara, linhas de raciocínio complexo, fruto do aprofundamento que marca sua produção académica.



Uma canção de John Lenon e Yono Ono em homenagem a Angela Davis, também os Roling Stones lhe dedicaram um tema:  Sweet Black Angel

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Bob Marley para esta tarde de verão

Mais um rebelde que passa pelo momentos.
Fica aqui uma das sua frases e uma das suas canções.

"As Vezes construímos sonhos em cima de grandes pessoas...
O tempo passa...
e descobrimos que grandes mesmo eram os sonhos e as pessoas pequenas demais para torná-los reais!"
Bob Marley



Para encontrar mais informação sobre Bob Marley também pode aceder aqui.

Nado morto

A Comissão Parlamentar de Inquérito ao Processo de Construção dos Navios Atlântida e Anticiclone, subscrita por todos os partidos da oposição parlamentar, está prestes a concluir o mandato que lhe foi conferido pela Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA).
Considerando o “timing” da sua constituição, considerando o actual quadro jurídico que regula o funcionamento e competências das comissões de inquérito, considerando ainda o objecto do seu mandato – apuramento de responsabilidades políticas ao processo de construção – nunca tive, nem tenho grandes expectativas quanto às conclusões que possam vir a ser apuradas.
O atraso na constituição da Comissão fica dever-se a uma agenda política definida pelo PSD, em determinados momentos e ao CDS/PP que, noutras datas considerou não serem as mais oportunas para a sua constituição. O PCP, o BE e o PPM foram “arrastados”, ainda que manifestando o seu desagrado, numa incompreensível agenda que apenas serviu o PS e o seu Governo, porquanto o desfecho foi aquele que se conhece – a Região e os Estaleiros Navais de Viana do Castelo chegaram a acordo e o armador foi ressarcido dos valores contratuais a que tinha direito, ainda que devam ser considerados os prejuízos indirectos que resultam do falhanço do processo, ou seja, a Região continua a ter de fretar barcos para a operação de transporte de passageiros e privada de uma política de transportes marítimos de passageiros e mercadorias que sirva, deveras, o desenvolvimento regional.
O constrangimento imposto pelo actual quadro legal das Comissões de Inquérito constituiu-se como um factor redutor pois permitiu, de entre outros factores, a recusa de vinda à Comissão de responsáveis políticos e técnicos como sejam o anterior Secretário Regional da Economia, o Presidente da Atlânticoline que na altura da contratação exercia funções e os técnicos responsáveis pela fiscalização.
O mandato da Comissão diz apenas respeito ao processo de construção dos navios, por conseguinte todos os procedimentos anteriores (projecto, concurso, negociação, etc) ficam de fora do âmbito dos trabalhos da Comissão, até porque já tinham sido objecto de atenção e juízo do Tribunal de Contas.
As audições dos depoentes que acederam vir à Comissão mostraram-se de pouca relevância pois a maior parte das respostas foram: “não sei”, “não me lembro”, “ não tinha conhecimento”; isto é, foram não respostas que, sendo certo, permitem leituras políticas diversas mas, pouco ou nada contribuíram para o esclarecimento dos quesitos estabelecidos pela Comissão.
Cedo se percebeu face aos condicionalismos enunciados que esta Comissão não era mais que um nado morto e que o apuramento de responsabilidades políticas ao processo de construção dos navios Atlântida e Anticiclone seria uma “missão impossível”, o que não significa que a Comissão não se tenha empenhado no exercício do seu mandato e que naturalmente não sejam apresentadas as respectivas conclusões.
Cumprindo o mandato que me foi conferido pelo povo açoriano e apesar da consideração que deixei expressa no parágrafo anterior mantenho-me na Comissão até ao fim dos trabalhos e lamento que nem todos os partidos tenham tido a coragem de adoptar a mesma atitude uma vez que tinham, como todos os outros, conhecimento das regras do “jogo”.
Aníbal C. Pires, IN A UNIÃO, 02 de Julho de 2010, Angra do Heroísmo

quinta-feira, 1 de julho de 2010

RSI e o discurso da direita

Para a desconstrução do discurso demagógico e populista da direita à volta do RSI.
O que será que Berta Cabral, Passos Coelho, Artur Lima, Paulo Portas e Paulo Estêvão têm a dizer sobre isto?

Só 23% dos beneficiários de RSI são empregáveis

As crianças, os idosos e os trabalhadores correspondem a 77% dos mais de 400 mil beneficiários do rendimento social de inserção (RSI). Apenas 23% são "empregáveis", o que, para o sociólogo Eduardo Vítor Rodrigues, revela a "hipocrisia" do debate político.
O "discurso populista" de ataque ao RSI é, a par da crise, um dos principais entraves ao sucesso da medida, que nasceu há 14 anos para combater a pobreza extrema. No momento em que muito se fala da obrigatoriedade dos beneficiários do RSI prestarem tributo à sociedade, os números clarificam que a exigência nem sequer seria aplicável à maioria das pessoas. Cada beneficiário recebe, em média, 89 euros por mês. Por família, o contributo médio é de 242 euros. Pelo menos em 31% dos casos, o subsídio serve para complementar um ordenado muito baixo.
"Estamos a perder tempo e a inventar medidas de tributo social, quando só 23% são empregáveis. Parte destas pessoas tem 'handicaps', como toxicodependência, problemas psíquicos, desqualificação ou desemprego de longa duração, que obstaculizam o acesso ao emprego. Estes dados frios mostram a hipocrisia do debate. E é penoso ver que a hipocrisia do debate colou bem nas representações sociais", sustenta Eduardo Vítor Rodrigues, professor e investigador da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, cuja tese de doutoramento reflectiu sobre o Estado Providência e os processos de imobilização social dos beneficiários do RSI. A obra sobre a tese, intitulada "Escassos Caminhos" é apresentada, pelas 21 horas de amanhã, no anfiteatro nobre da Faculdade de Letras do Porto (FLUP).
O "brutal ataque" ao RSI agrava o estigma, dificulta a inserção social e conduz a uma burocratização exagerada da medida. "O que está a acontecer é um processo de estigmatização que afecta, de forma violentíssima, o beneficiário. Os empregadores acham que os beneficiários são malandros e não lhes dão emprego. Os políticos alimentam o estigma e as pessoas perdem a auto-estima", alerta. Em resposta, a Segurança Social exige relatórios e torna difícil o acesso ao RSI. Cada equipa multidisciplinar tem a seu cargo, no mínimo, 180 agregados. O acompanhamento próximo das famílias para diagnosticar e ajudar a resolver os problemas que travam a melhoria de vida é quase impossível.

A parte da notícia que aqui transcrevo foi tirada daqui.